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sábado, 3 de abril de 2021
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
AS COISAS
Olho demoradamente as coisas
que me rodeiam.
Elas aí estão, paradas, em seu esplendor
de existir
no seu tempo de lugar absoluto.
Mas apenas consomem o tempo,
o meu questionar
no seu esplendor parado,
como um poema escrito
e nunca verdadeiramente entendido.
em As Noite e os Dias, ed. Litoral. 2013
em As Noite e os Dias, ed. Litoral. 2013
DESEJO UM NOVO ANO PRÓSPERO E FELIZ,
A TODOS OS MEUS VISITANTES!
terça-feira, 29 de julho de 2014
ONDE PÔR OS PÉS?
Onde pôr os pés sem cair na angústia
das horas repetidas,
ou encontrar esse deslumbramento simples
da leveza distraída duma lira?
Procuro entender o enigma furtivo dos esplendores,
a essência dos trabalhos vertiginosos da luz
e das cinzas,
incandescências que permanecem
para além do discurso efémero dos sentidos,
e dos licores adstringentes,
no seio da terra, desenhados para os perfumes
obstinados que vêm depois das chuvas,
o rasto do barro ainda húmido, primitivo.
Os caminhos da vida trazem-me indícios
dum segredo por desvendar.
Na grande planície soa uma serenidade
sem bermas, como as iluminuras donde luz o sol
eterno olhando a terra com bonomia.
Será esse o segredo das grandes travessias
indiferentes à resolução dos mistérios extensivos
do pó que cobre as árvores desfeitas
em turfa, fósseis modelados por milénios?
Será
esse o segredo que desconheço
ou
ignoro, das vivências minúsculas dos seres simples
que
apenas procuram um rastro de luz
para
abençoar, cumprir os seus dias?
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