vieiracalado-poesia.blogspot.com

vieiracalado-poesia.blogspot.com

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

FINAL DO 1º CANTO


A parte final do 1 º Canto, de "Circunciclo".
O livro é um só poema que se estende por quase 600 versos.
(começar a ler na penúltima postagem anterior)

(...)
este é o homem que somos

um incêndio
desde a noite mágica dos sonhos

e como os deuses do barro caminhamos
por sobre o barro feito luz

o sonho dos deuses do barro que fomos
refeito em luz
no quotidiano ciclo dos fascínios
o fascínio de ir refazendo o quotidiano

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

CIRCUNCICLO - o poema (2)

EM CONTINUAÇÃO DA ANTERIOR POSTAGEM

(...)

e que alimentam o verde das árvores
como uns olhos coando um raio de sol
uma migalha de luz
sobre o correr das águas

e se esbate sobre o limbo dum rio
fluindo dentro do nosso sangue
para filtrar a luz que habita os ares
e as palavras pronunciadas nos nossos silêncios



Pela veloz sincronia do tempo e das chuvas
chuvas de águas e pó
de vulcões ardendo no magma
interior dos nossos corpos
como um fogo emergindo das cinzas
cinza que fomos antes do fogo
anterior à ideia que temos do corpo
ou da flor do miosótis plantado na escarpa
fatal
do amor

formatados ao rochedo da montanha
no inútil esforço duma esbelta manhã
ida em montanhas para o mar
seduzidos à lama e ao barro
onde nascemos da afinidade do pó pelas águas
no seu ministério de fiar ficções
de água e pó

e que fez antigas ânforas
do esforço azul escopro de marinheiros e mitos
afundados no Egeu e em Creta
donde emergiram as nossas ficções
e alucinações

ou na longínqua noite
de ignoradas estrelas
que brilharam na infância do tempo (...)

*
CIRCUNCICLO SERÁ APRESENTADO AMANHÃ, 
dia 28 de Agosto, 
NA FEIRA DO LIVRO DE S. PAULO, NO BRASIL

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O POEMA - CIRCUNCICLO



"Circunciclo" é o título do livro recentemente dado à estampa, 
no Rio de Janeiro.
É um só poema que se estende por todo o livro.

Eis as primeiras estrofes:


Por toda a terra
por sobre todas as suas alucinações
e escombros

pelo delírio
que é a engrenagem fugidia do ar
e suas cores de incenso e fogo

pela vida e pela morte dos símbolos
e da roda simétrica de fortunas e ocasos

...a roda que rola na roleta
...o rolar lilás dum sonho

pela voraz decrepitude das formas
e suas deambulações sobre as águas
trazendo uma lágrima aos nossos olhos
e o esmorecimento ao fogo e ao incenso

na casualidade dum átomo
que oscilou
entre a matéria e o frágil magistério
das essências que povoam os ares 

(...)